"Aprendendo a gerenciar o estresse: uma abordagem à síndrome de Burnout"
- Iara Rodrigues

- 30 de jan. de 2023
- 4 min de leitura
A CID 11 define como “Burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso.

O Burnout foi originalmente descrito em 1974 pelo psicólogo Herbert Freudenberger como uma síndrome de esgotamento profissional. Herbert nasceu em 1926 em Frankfurt na Alemanha. O psicólogo conheceu o modelo de free clinic (clinica grátis) nos Estados Unidos, após a conclusão do seu Doutorado na Universidade de Nova York, no final dos anos 1960.
As clinicas “free” ofereciam tratamento gratuito para pessoas em situação de vulnerabilidade social como dependentes químicos e moradores de rua. Encantado com o modelo Herbert criou a sua própria “free clinic” em Nova York. Durante o dia atendia no seu consultório particular e a noite fazia o trabalho voluntário. A dupla jornada o levou a exaustão e acabou percebendo os mesmos problemas nos demais voluntários que o auxiliavam na clínica.
Depressão, apatia e agitação foram os problemas relatos por aqueles que o auxiliavam, e acabavam por se tornar pacientes da clínica. A partir desse fenômeno Freudenberger passou a estudá-lo, e para isso precisou nomear esse estudo e acabou por utilizar uma gíria utilizada pelos próprios pacientes quando descreviam a sensação devastadora causada pelo uso de drogas.
Burnout, vem do verbo “to burn”, “queimar”. Em português significa esgotamento. No dicionário Michaelis (2009) a tradução está descrita como queimadura, queimada. Com a variação “burnt ou burned” queimar (se), estar muito quente, em chamas, incandescente, arder, acender, pôr fogo, incinerar. Os dependentes químicos sentiam-se exauridos e sem energia alguma, assim como um fósforo que queima até o final. Era dessa forma que os profissionais se descreviam, e assim o psicólogo passou a utilizar a gíria no meio acadêmico, buscando aprofundar-se em Burnout Ocupacional.
Porém quem dedica-se ao estudo desse fenômeno desde os anos 1970 é a Psicóloga Christina Maslach da Universidade da Califórnia, sendo a maior autoridade no assunto, considerada a Buda do Burnout. A CID 11 define como “Burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”
Agora que você teve acesso a uma breve introdução sobre Burnout vamos falar um pouco mais sobre sintomas, causas e meios de prevenção. Freudenberger descreveu o Burnout como um estado de extrema exaustão, desilusão, estresse e descontentamento, que pode desenvolver-se a partir de um excesso de demandas e pressão no local de trabalho. É uma síndrome de estresse profissional que afeta principalmente aqueles que trabalham em áreas de alto estresse, é caracterizado por sentimentos de cansaço, falta de motivação, desinteresse, tristeza e desesperança.
As principais causas de Burnout são excesso de trabalho, falta de suporte e reconhecimento, pressão excessiva, falta de controle sobre as tarefas diárias, expectativas irreais e trabalho em ambientes hostis. O tratamento do Burnout envolve mudanças na rotina, como desenvolver habilidades de gestão de tempo, aprender a definir limites com o trabalho, reconhecer e aceitar as próprias limitações, estabelecer prioridades, descobrir novas maneiras de lidar com o estresse e encontrar atividades relaxantes para aliviar o estresse. Além disso, é importante buscar o aconselhamento profissional, como terapia ou psicoterapia, para ajudar a lidar com as causas subjacentes de Burnout.
Exemplos comuns de Burnout incluem sentir-se exausto e desmotivado com o trabalho, perceber que não há progresso em suas tarefas, sentir desinteresse, irritabilidade ou desânimo com relação ao trabalho e à vida, ou sentir que seu trabalho não tem valor ou significado. Outros sinais de Burnout incluem mudanças na saúde mental e física, tais como dores de cabeça, dor muscular, doenças frequentes, dificuldade em dormir, mudanças no apetite, entre outras. Esses sintomas são classificados em três dimensões segundo a professora e psicóloga Maslach e a OMS: exaustão, cinismo e a perda de eficácia.
Resumidamente, a exaustão está diretamente relacionada ao cansaço físico, o cinismo demonstra a falta de interesse no trabalho e a eficácia quando a pessoa já não consegue estar confiante nas realizações de suas atividades.
Uma maneira de identificar se uma pessoa está com Burnout é observar se ela está se sentindo exausta e desmotivada com frequência, se tornou mais pessimista e irritável do que o normal, e se está tendo dificuldade em se concentrar e realizar tarefas de forma eficiente. Outros sinais podem incluir mudanças nos padrões de sono, mudanças no apetite, dores de cabeça, problemas de memória e problemas de saúde mental. Se você notar qualquer um destes sintomas em alguém, talvez seja uma boa ideia incentivá-la a procurar ajuda profissional.
Focar em um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal, são formas de evitar o Burnout. Como sugestões para conseguir esse equilíbrio busque separar algum tempo para relaxar e descansar, para desconectar do trabalho. Também é importante estabelecer limites saudáveis no trabalho, já que o excesso de trabalho pode levar ao Burnout. Além disso, tente se manter conectado com seus amigos, familiares e outros membros da comunidade - essa conexão com outras pessoas é extremamente importante!
Em recente entrevista o EX-CEO e cofundador da Netflix Marc Randolph, disse ser contra a ideia de que para ser bem sucedido nos negócios é necessário deixar a vida pessoal de lado. Ele conta, como exemplo, que todas às terças saia pontualmente do trabalho às 17h para passar a noite com sua melhor amiga. E esse hábito era o que o ajudava a manter a sanidade e colocar o trabalho sob uma nova perspectiva.
Sei que após essa leitura muitos de vocês podem querer autodiagnosticar-se, e esse pode ser um erro que irá comprometer seu desempenho profissional, uma vez que o diagnóstico só pode ser dado exclusivamente por um profissional.
Mas que tal ao invés de autodiagnosticar-se aprender a fazer melhores escolhas?
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Deixo abaixo uma série de links que te ajudarão a entender melhor sobre assunto.
Saúde mental no trabalho – Artigo da OMS : https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/mental-health-at-work
Revista Você S/A - Edição de Março de 2022 - Burnout - Texto de Bruno Carbinatto. Disponível em: https://vocesa.abril.com.br/carreira/entenda-o-que-realmente-e-a-sindrome-de-burnout/
Podcasts:
O ASSUNTO – Burnout: o esgotamento do trabalho : https://open.spotify.com/episode/1epPdgGpjDiVGRgP8WVNy9?si=21714089065449eb
CBN PROFESSIONAL – A vida depois do Burnout: de CEO à conselheira - https://open.spotify.com/episode/1sgliswsITCKSzOOcftF5w?si=1c34d2f1d1f746bb
JOEL JOTA PODCAST – Como cuidar melhor da sua saúde mental com Izabella Camargo. https://open.spotify.com/episode/6Yb9IHLYo7adsRB9QFNXyW?si=21abf1e1934944bd
Com carinho,
Iara Rodrigues




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